sábado, 16 de julho de 2016


EUROPE - THE FINAL COUNTDOWN
Sim, esse é o disco que tem The Final Countdown e Carrie. Ponto. Todo mundo já conhece essas duas músicas e não há mais nada a falar sobre elas, portanto é o que eu vou fazer. Até porque The Final Countdown, especificamente, já deixou de ser uma propriedade exclusiva do Europe, tornando-se parte da cultura popular, e o disco, no fim das contas, não se resume a essas duas canções, tendo muito mais a oferecer.
É curioso que, ouvindo o álbum completo, verifiquei que está tudo certo: todas as músicas são boas, é tudo bem composto e executado, todos os múisicos são talentosos…. Então, porque é que eu não escuto esse tipo de música com mais frequência??? Dessa vez, a ficha caiu: é o vocal. Não que seja ruim, muito pelo contrário, é só que aquele timbre, aquela entonação, não me agradam de todo, me geram um certo ranço, talvez pelos traços de radicalismo que ainda me permeiam. Creio que isso também pode ser debitado como uma característica da produção daquele período, tanto que escutando um tos trabalhos mais recentes da banda, lançado em 2012, a interpretação vocal me agradou bem mais, pois já não havia mais tanto vibrato e a afetação estava mais comedida. Além disso, nos anos oitenta, a coisa era mais exagerada, tinha reverb em tudo! Performances à parte, tem que ser dado o devido crédito ao vocalista Joey Tempest: ele compôs o álbum inteiro sozinho, tendo apenas uma parceria na música Carrie. Talento não falta ao sujeito.
Deixando de lado os detalhes de timbre vocal, o restante é exatamente o que se espera: um grande disco de rock de arena, perfeito para ter suas canções executadas ao vivo, ou para ser ouvido atrás do volante. A música Rock the Night, por sinal, é a mais autêntica representação desse tipo de som, bem oitentista. Em destaque, também, tenho que citar a dobradinha Heart of Stone e On the Loose. Essas foram as canções que mais me agradaram, talvez justamente por terem interpretações mais sóbrias, sendo que a primeira tem algo de Scorpions em sua levada.
Por fim, me chamou a atenção o fato de um guitarrista tão talentoso quanto John Norum não ter contribuído com nenhuma música para o disco. Provavelmente por questões internas do funcionamento da banda, mas é certo que Norum nunca passa despercebido. Cada intervenção sua, cada solo, parece ter sido meticulosamente pensado, mas sem deixar de soar natural. Não tem uma nota fora do lugar, não tem nenhum excesso gratuito. É tudo sempre feito com extremo bom gosto.

Esse disco, portanto, merece ser ouvido. E muito. Mas, tal qual a música que o nomeia, não se prenda a ele: o Europe tem muitos outros discos tão bons e, às vezes, até melhores do que este. Limitar-se a um hit ou a um álbum de sucesso é perda de tempo. Ninguém usufrui completamente do talento de  um artista se fica restrito a apenas um capítulo de sua história e o Europe tem uma história pra lá de empolgante.

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