sexta-feira, 10 de junho de 2016



SODOM – AGENT ORANGE

Violência,hostilidade, selvageria, raiva, ódio, fúria, agressão, sangue, morte, guerra, insanidade, malevolência, sujeira, peso, velocidade, heresia, sarcasmo e uma vontade infinita de mandar que qualquer um vá encher a paciência do diabo no mais distante dos infernos.
Pronto. Se terminasse por aqui já poderia considerar a resenha completa. Já teria dito o essencial para transmitir a compreensão do que é o Sodom.
E o Sodom é exatamente isso. É a música heavy metal desprovida de todos os excessos que foram encaixando nela ao longo dos anos. É uma descarga sônica sem gorduras. Não é gratuito o fato de que os subestilos mais extremos, como o black metal e o death metal, devam um tributo imenso aos caminhos que o Sodom pavimentou. Mas Tom Angelripper não é o tipo de sujeito que fica arrotando sua influência por aí. Ser influente, ser um dos criadores de novas vertentes do metal, não o mudou e nem mudou sua banda. Ele é o típico sujeito de postura largadona, que acende um cigarro, pega uma cerveja e bota os pés em cima da mesa, antes de subir no palco e mostrar aos neófitos de onde veio a brutalidade do metal atual. Ouvir um disco do Sodom faz com que você esqueça que existem coisas mais extremas por aí, pois, em grande parte dos exemplos, essas se empenham tanto na corrida pra ver quem é mais rápido e pesado que acabam minimizando o fator carisma em suas composições. E, não raro, o carisma reside justamente naquelas músicas que são mais voltadas para o básico.
 A palavra coerência não foi utilizada lá no primeiro parágrafo, mas cabe como uma luva em relação à banda, pois, desde seu primeiro EP até o mais recente disco, a mudança mais evidente é a de produção, mas não de pegada ou estilo. Não considero que Agent Orange seja essencialmente superior ou inferior aos demais discos, ele segue o mesmo padrão, e, embora as constantes mudanças de integrantes dificultem apontar que o Sodom tenha tido uma formação clássica, a que se fez presente aqui pode cumprir esse papel, pois além do líder, Angelripper, tinhamos também o baterista Witchhunter, presente desde o início da banda, e o guitarrista Frank Blackfire, que depois teria uma passagem pelo Kreator.
Algumas das faixas mais emblemáticas da carreira da banda estão nesse disco, como a própria Agent orange, a excepcional – e uma de minhas sempre favoritas – Remember the fallen, a mais do que clássica Ausgebombt, e a também excelente Tired and red.  Baptism of fire e Magic Dragon também merecem ser mencionadas, sendo que essa última, apesar do título, não tem nada a ver com temáticas de power metal, referindo-se a um modelo de avião que foi utilizado na guerra do Vietnã.  
O Sodom, tal qual os demais baluartes do thrash alemão, está mais forte do que nunca e parece que tão cedo não irá pendurar as chuteiras. Que assim seja, pois naqueles períodos em que as coisas parecem estar estagnadas e sem ânimo, sempre iremos precisar de uma música que traga violência, hostilidade,selvageria, raiva, ódio, fúria,...

Nenhum comentário:

Postar um comentário