sexta-feira, 2 de janeiro de 2015




SKID ROW – SLAVE TO THE GRIND

Eu não dei muita atenção ao Skid Row, quando eles lançaram o seu primeiro álbum. Aliás, até hoje, ainda não dou tanta atenção a esse disco. Ouvi-o esporadicamente, aqui e ali, ao longo dos anos, mas, quando muito, apenas arrancou de mim a impressão de ser interessante.
Com Slave to the Grind, porém, a reação foi bem diferente. Lembro-me que o disco foi lançado com uma campanha midiática bem forte. O primeiro, pelo bem ou pelo mal, fez muito sucesso e gerou expectativas para o seu sucessor. Slave já chamava a atenção pela capa, bem chamativa, e o falatório gerado acabou me despertando a curiosidade em escutar o mesmo.
Logo no começo, o disco parece ser promissor. Monkey Business, boa música, com guitarras fortes, talvez o trabalho seja ok, no fim das contas. Massss.... na segunda música, a faixa-titulo, a coisa muda de figura! É o disco certo que está tocando? Isso é o Skid Row??? Um riff de guitarra muito pesado, forte como um martelo, em sintonia com a levada de bateria. Uma faixa antológica, rápida e agressiva com a banda inteira se esmerando em apresentar não apenas uma música, mas um autêntico clássico do heavy metal!!! Slave to the Grind é, para mim, não apenas o ponto mais forte do álbum, mas o ápice de tudo o que a banda fez em seus anos com Sebastian Bach. Esse, por sinal, apesar de ser muito criticado, principalmente e curiosamente por gente que sequer já o ouviu cantar, está aqui no auge de sua performance. Não é o melhor cantor do mundo, claro, e nem é a melhor banda do mundo, mas quem disse que precisa ser? Isso é hard rock, é heavy metal, e o que precisa é ter punch!
Há um pouco de exagero no fato de ter três baladas em um disco de doze faixas, mas pelo menos essas não chegam a comprometer o resultado, estando bem longe de qualquer overdose de sacarose e a sua distribuição, dentro da sequência de músicas, deixa mais bem dosada a dinâmica do disco, sendo que Quicksand Jesus  me soa como a melhor entre elas, com um andamento mais forte.
Nas faixas The Threat e Psycho Love, dá pra notar, guardadas as devidas diferenças entre as bandas comparadas, que o Skid Row estava sintonizado com o metal em voga no começo da década de 90, pois percebe-se algumas leves semelhanças com o que o Pantera já estava fazendo em Cowboys from Hell. Por outro lado, Get the Fuck Out e Riot Act já trafegam no estilo “punk rock com solos de guitarra” que a banda praticava, evidenciando as influências do baixista Rachel Bolan, fundador e principal compositor da banda, junto com o parceiro e guitarrista Dave Sabo.

A intransigência mantida pelos dois lados restantes pós-separação, Skid Row e Sebastian Bach, não é benéfica para ninguém, visto que nenhuma das partes nunca mais conseguiu lançar nada que fosse tão relevante quanto o foi o Slave to the Grind. A banda, reunida, ainda teria potencial para produzir bons resultados, mas, para tanto, também seria necessário que fosse vencida a má-vontade do público de heavy metal, cuja postura “não ouvi e não gostei” foi um dos estopins que levaram uma banda iniciante, com bastante potencial, para a sua prematura derrocada. Slave to the Grind, porém, permanecerá na história como um dos melhores discos dos anos noventa.

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